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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Extinçao Ou Evoluçao

Por Isaque Criscuolo
Estamos no século XXI, com tecnologias avançadas e que jamais imaginamos que iríamos ter. No jornalismo estas tecnologias foram importantíssimas para evoluir a difusão das informações. Hoje temos diversos meios para o compartilhamento de informações, mas no passado era tudo bem diferente. Entre os meios de comunicação de massa do século passado, o que mais se desenvolveu foi, sem sombras de dúvidas, o rádio. Todavia há quem acredite que este meio tão popular e acessível vai desaparecer.
Vamos relembrar o surgimento do rádio.
Para que fosse possível a transmissão de sons sem a utilização de fios, pesquisas foram desenvolvidas. No século XIX era esse o desafio. Mais tarde descobrimos que as ondas eletromagnéticas são a base da transmissão de sons, demonstradas em 1863 por James Clerk Marwell, professor de física experimental, e confirmadas em 1887 por Heinrich Hertz.
Ao longo de todo o século XIX tais estudos foram desenvolvidos e melhorados por cientistas, até que no início do século XX já possuíamos a tecnologia necessária para desenvolver o rádio.
No princípio o rádio nasceu como um meio de comunicação bidirecional: duas pessoas conectadas, uma em cada ponto. Esse sistema era muito utilizado no meio militar, como forma de comunicação entre navios. O rádio como meio de comunicação de massa, da forma que conhecemos hoje, foi sugerido pelo russo David Sarnoff, em 1916.
Infelizmente o modelo proposto por Sarnoff não foi aceito logo quando este o propôs, sendo incorporado anos depois à primeira rádio oficial nos EUA, a KDKA.
Esse resumo geral do surgimento da radiodifusão no mundo serve como uma base para entendermos o surgimento no Brasil das novas tecnologias de comunicação.
A inauguração oficial do rádio no Brasil aconteceu no dia 7 de setembro de 1922, com transmissões de discursos do presidente Epitácio Pessoa e leituras do livro “O Guarani”, de Carlos Gomes. De acordo com a impressa da época, essa transmissão pode ser ouvida inclusive em outros estados.

Roquette Pinto, o pioneiro do rádio no Brasil - Crédito: Bastidores do Rádio
Em 1923, Roquette Pinto, considerado o pai do rádio, e Henry Morize, inauguram a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que possuía o lema: “Levar a cada canto um pouco de educação, de ensino e de alegria”.Embora a ideia da criação desta rádio fosse nobre e com fins culturais, era exclusivamente das elites, que possuíam o dinheiro necessário para comprar os aparelhos receptores, caríssimos na época.
O jornalismo era pouco difundido no rádio e as notícias eram lidas dos jornais impressos. Toda a programação da época era voltada aos concertos, óperas, recitais de poesia e palestras. Na década de 1930 surge a publicidade no rádio e em 1935 a primeira equipe de jornalismo radiofônico: a Rádio Jornal do Brasil.
Os anos 40 simbolizaram a era de ouro do rádio no Brasil, com grande guerra pela audiência e o surgimento do clássico Repórter Esso na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que possuía como locutor Heron Domingues e ficou no ar por 27 anos.
Nesta época as pessoas se reuniam em suas casas ou nas casas de vizinhos, em volta do aparelho de rádio para ouvir as radionovelas, os programas de auditório e inclusive os noticiários.
Era uma época em que todo o entretenimento de massa estava creditado ao rádio, mas logo começou a cair em declínio pelo surgimento da televisão, que foi trazida ao Brasil por Assis Chateaubriand.
Na década de 70, começou a segmentação das emissoras, que se voltaram a públicos determinados. Em 1990 surgiu a transmissão via satélite, que proporcionou um maior alcance em território nacional, com programação unificada e simultânea. Depois desta rápida aula de história, vamos analisar como o jornalismo estava envolvido nisto tudo.
Quando começou no rádio, o jornalismo não tinha uma linguagem própria para o meio. As notícias eram lidas do impresso, como já citei anteriormente. Isso causava uma confusão no público e, portanto, aos poucos foi sendo desenvolvida uma linguagem jornalística exclusiva para o rádio. Uma linguagem, clara, objetiva, acessível e que não distraia o ouvinte. Essa foi uma notável evolução do jornalismo no rádio.

Um dos grandes magnatas da comunicação nacional: Assis Chateaubriand - Crédito: Reprodução
Mas e quanto ao desaparecimento do rádio como o conhecemos hoje? Seria exagerado demais afirmar o tal desaparecimento, afinal o rádio já passou por muitas crises e sobreviveu a elas. Hoje temos o rádio digital e a integração do rádio convencional com os meios virtuais, que são as rádios que funcionam somente e para o público da internet. Hoje também temos os podcasts, que são mais simples e voltados para um público específico.
Se analisarmos que uma pouca parcela da população brasileira tem acesso à internet, podemos concluir que é um público muito elitizado. Portanto afirmar que o rádio analógico vai desaparecer é voltar às origens da radiodifusão no Brasil, quando só quem tinha dinheiro era privilegiado.
Vale lembrar que com o rádio, temos acesso à informação de maneira mais simples. Qualquer celular ou mesmo aparelhos que captem as ondas de rádio, podem ser utilizados facilmente no dia-a-dia, no ônibus, metrô, trem, trânsito e etc. O jornalismo no rádio vem evoluindo para se adaptar às novas necessidades dos ouvintes.
O jornalismo no meio radiofônico está crescendo. Hoje temos as rádios All News, como BAND NEWS FM e CBN, que fazem coberturas mais completas dos fatos, por possuírem mais tempo e espaço na programação. É melhor acreditarmos que o rádio irá evoluir e ficará bem diferente do que conhecemos hoje, mas desaparecer, nunca.
Enfim, o rádio está em uma época de transição, assim como quando surgiu a televisão e ele precisou inovar e se adaptar aos novos tempos. Precisamos nos adaptar às mudanças e só o futuro nos dirá se o rádio irá permanecer como meio de comunicação de massa.

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